terça-feira, 3 de abril de 2012

PROTEGENDO O INIMIGO - Proteção incômoda

O que mais chama a atenção neste filme dirigido por Daniel Espinosa (estreante em Hollywood) não é o roteiro (de David Guggeheim, mais conhecido na TV) , por demais batido e já visto em outros filmes (inclusive em um deles, com o próprio Denzel Washington, “Dia de Treinamento”). As ações, nem sempre republicanas, da CIA (e de outras agências similares mundo afora) já são por demais conhecidas, tanto no cinema, quanto na vida real. Aqui, não é diferente: O ex-agente (Denzel) é perseguido por supostos mercenários, após ter feito negócio envolvendo um arquivo extremamente valioso, o qual, depois ficou sabendo, interessaria também a própria agência. Perseguido, acaba se entregando ao novato Ryan Reynolds, “zelador” de uma casa de “visitas” na Cidade do Cabo, mantida pela CIA. Esse é o ponto de partida para que a trama se desenvolva, sem surpresas e de forma óbvia, enfocando as brigas internas entre agentes, traição, crimes e por fim, muita corrupção. O inexperiente, porém ambicioso zelador, não se contenta com pouca coisa e briga por uma promoção para que possa levar uma vida tranqüila com a namorada (a toda linda Tanita Phoenix, modelo a atriz sul-africana de “O Senhor da Guerra”). Mas, e aí, onde está a graça do filme? Justamente na ação vertiginosa, do começo ao fim, sempre captada com muita realidade (e sem atrapalhar a condução do enredo) por Espinosa, com sua câmera trêmula e ágil. Ótimas cenas de perseguição, de carro e a pé, muito soco e a bala comendo no centro. São ingredientes mais do que suficientes para que o filme possa ser degustado sem nenhum tipo de pudor. Não podemos tirar os méritos do Diretor de Fotografia, Alexander Witt (macaco-velho em filmes de ação como “Máquina Mortífera”, “Identidade Bourne” e “Cassino Royale”), que segurou o rojão na boa. Atenção também para as ótimas interpretações de Vera Farmiga, Brendan Gleeson, e Sam Sheppard.