terça-feira, 17 de junho de 2008

"uma, conforme prometido"

Verdade Nua
Where The Truth Lies (EUA/2005)



Direção: Atom Egoyan

Roteiro: Atom Egoyan

Elenco: Kevin Bacon (Lanny Morris), Colin Firth (Vince Collins), Alison Lohman (Karen O`Connor), Sonja Bennett (Bonnie Trout), Rachel Blanchard (Maureen O`Flaherty), Kathryn Winslow (Coreen), Kristin Adams (Alice)
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Duração: 108 min.

Gênero: Drama
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Existem certos filmes que são tão comentados por seu tema ou por uma cena em específico que o assunto abrangido no mesmo fica para trás. Assim como “Brokeback Mountain” ficou conhecido como um “wester gay”, ou “Filhas do Vento” como um filme-militante, este “Where The Truth Lies” foi vítima da mídia, que chegou a caracterizá-lo como um “pornô leve”. O motivo para isso foi a briga do diretor Atom Egoyan com a MPAA, responsável pela censura dos filmes que chegam ao cinema. Após o choque que o filme causou no Festival de Cannes, o cineasta cortou várias cenas fortes do filmes para que a censura não fosse a mais alta possível (NC-17 – proibido para menores de 17 anos). Não deu certo. Revoltado com a MPAA, Egoyan decidiu lançar nos Estados Unidos o filme sem cortes. E foi a essa edição sem corte que tive acesso no Festival do Rio 2005 e confesso que toda polêmica é sem motivo. Sim, temos algumas cenas fortes, como o tão falado “menage a trois” com Kevin Bacon, Colin Firth e Rachel Blanchard, mas nenhum seqüência é gratuita. A cena em questão é, inclusive, a cena-chave do filme.
Baseado em livro de Rupert Holmes, “Where The Truth Lies” gira em torno de uma jovem jornalista (Alison Lohman) que, nos anos 70, se dedica a escrever um livro sobre uma das mais famosas duplas de apresentadores da TV americana dos anos 1950, Lanny Morris (Bacon) e Vince Collins (Firth). Ao se envolver com ambos os entrevistados, ela acaba desvendando um grande mistério que liga o final da carreira dos dois a um crime mal explicado. O filme propõe um mergulho nos bastidores da indústria de entretenimento norte-americana.
Dirigido pelo sempre competente Atom Egoyan, o longa tem como principal trunfo seu roteiro (assinado pelo mesmo). A elenco está bem, mas não temos nenhum grande destaque. Apesar de não passar a firmeza que sua personagem necessitava, a jovem Alison Lohman merece aplausos por sua coragem. Em uma cena muito mais ousada, mas muito menos comentada, do que a do “menage a trois”, Lohman faz sexo com outra mulher. É sempre interessante ver uma atriz já um pouco conhecida em Hollywood (esteve em “Peixe Grande” e “Os Vigaristas”) se arriscando desta forma.
“Where The Truth Lies” é um filme que merece ser conferido. Mas vá preparado para assistir à um longa inteligente, com ótimos diálogos e muitas surpresas, e não à um “pornô leve”. A censura imposta pela MPAA é exagerada e mostra mais uma vez que a associação está repleta de puritanos que pouco entendem de cinema.

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