terça-feira, 30 de junho de 2009

"trágico acaso"

fora minnie driver, não conheço ninguém.
filmes assim deveriam ser feitos mais vêzes. muito bom, diferente, não tem clichê,
bomba/explosão, final feliz nem pensar. é que a industria, como a grobo e qualquer
empresa ou business, precisa faturar, vive do lucro, aí fazem aqueles arrasa-
quarteirão,lançam no verão, nas férias e faturam horrores.
este é independente, bota livre nisso. a história, o roteiro é enxuto e muito bem
conduzido, narrando paralelamente a vida da mâe(minnie) e do saul, perdedor nato,
endividado de jogo, desempregado, pai doente e devendo ao agiota, duplicidade
de dívidas, ou seja: sem saída. não é a vida, são os últimos momentos, derradeiros
passos. o filme abre com o saul já na green mille, pula prá driver e aí vai alternan
do de maneira envolvente e muita competência os tais passos dos dois. barra pesada,
também nos diálogos. veja: o padi(ou reverendo) lhe diz numa das últimas visitas/
apoios: "porque foi o plano de deus", ao que o saul responde:(faz um curto resumo de sua vida e fecha: "entre o meu nascimento e agora, nesse entremeio, o que aconteceu em minha vida foi escolha minha, nunca mais me fale em plano de deus".
apesar de ser uma pedreira, crú, no final há um alento, quando a minnie deixa o
reboque com a bicicleta do filho de lado e provavelmente carregado do lixo que junta-
mos durante a vida, lá, desengata. achei positivo.
chico.

domingo, 28 de junho de 2009

"estrangeiros"

"hulk" e o "incrível hulk". ang lee e louis leterrier.
estranhei muito o primeiro antes mesmo de assistir pelo nome do taywanês(vim saber agora, achava kera chinês). vendo, não gostei. do boneco, da leitura/roteiro psica-
nalítica demais para uma hq; apesar do elenco, bem, sobretudo o véi nick nolte e o
sam elliot.
o segundo é melhor, outra coisa, mais fiel ao seriado da tv(norton é co-autor do roteiro) e está bem como o doutor david bruce banner. gostei também do canastra wil-
liam hurt, ki cum bigodão chicodias tá parecendo um homem. tim roth tá papudinho i-
gual ao robinho, deve ser o scoth londrino.vejam bem eu estou falando, mas só vi uma hora e cinco minutos iniciais de sua 1,56 h total, devendo ver o resto hoje 20 h, du-
blado no pipoca(depois do jogo do brasil, imagine!?). a primeira meia-hora no brasil,
ri-di-janeiro, comunidade num sei das quanta, vulgarmente conhecida como rocinha, com
suas "laje" tipo michael jackson é a melhor parte, apesar de dois tremendos furos: os
atores são mexicanos, colombianos, ou seja, latinos, cucarachas e após o primeiro
surto, o hulck já acordando como bruce, kas roupas rasgadas, volta ao ar naquelas
pedras da floresta da tijuca, manjadas de tantos filmes, pergunta a num sei quem: "
onde estou?" e a resposta: "guatemala". kkkk,... coisas de hollywood.
este louis é françês e é bom no filme de ação(os dois "cargas explosivas" e aquele
cão num sei de que do jet li e morgan freemann. ele se saíu melhor q o lee, prova-
velmente por ser branco. ele tratou o material como deveria, de ação, entretenimento. o título é sobre essa questão:acho que estes gêneros, tão americanos,
deveriam ser dirigidos por eles. se bem que temos exemplos - exceções - clássicos,
como billy wilder(não lembro se alemão ou suiço)brincou nos gêneros mais caros ao americano: tribunal("testemunha de acusação"), ocaso de estrelas hollywoodianas("crepúsculo dos deuses"), imprensa/mídia venal("a montanha dos sete
abutres"), brodway("o pecado mora ao lado"), comédia("quanto mais quente melhor",
"se meu apartamento falasse", "irma la douce") comédia romantica("sabrina") com abso-
luto domínio e competência insuperável. outro caso, o austríaco fred zinemann que
com "matar ou morrer", não só reviu o gênero(western - o herói sua frio e treme nas
horas de perigo, algo nunca visto antes, inconcebível)como puxa as orelhas da sociedade
americana em sua hipocrisia evangélica, deixando o xerife na mão na hora da cocada.
"mm/hihg noon" é considerado por muitos como o melhor faroeste. ele brilhou também
em outra "tara" ianque, o filme de guerra com "a um passo da eternidade", o ataque a
pearl harbour, com direito a gaia no comandante, briga de bar dos entediados pracinhas montgmery clift e frank sinatra(não por acaso seu primeiro e único oscar, se eu não me engano). e o caso mais recente, de milos formann, theco que matou a pau
com "hair" o clássico musical sobre a estupidez do vietnan, sucesso teatral há vários
anos, a quem eu defendo com força apesar dele ter sido muito criticado na época por
não ter feito a leitura correta da peça por ser europeu. puro preconceito.
agora veja bem, citei treis gênios, hão de convir.
chico.
chico.

domingo, 21 de junho de 2009

"cinema mudo"

ou a volta do "marcas da violência". tá uma sêca da porra, tudo repetido, mas este
valeu.
estávamos no pirata, eu, doutor luiz, acho que o jão e depois o zé,vindo de s. paulo
e fazendo relatório da viagem e deste filme. elegiou muito e eu - apressado como sem-
pre, digo, menos, menos, como quase sempre - vaticinei: "ah, então o cronemberg virou
comercial"(provavelmente induzido pelo péssimo título brasileiro). tem dois anos?
vi, um tempo depois e gostei muito, como tudo que o david faz, exceção de "senhores do crime"(vide comentário à resenha do ráu).
desta vez, acho que quinta-feira, foi dublado(1), e o filme cresceu, virou clássico e está virando cult. é todo bom, sendo que os cinco minutos finais - completa e to-
talmente mudo - da hora kele detona o irmão(william hurt, que só não estragou o filme porque aparece pouco), vai jogar a arma e lavar o sangue no lago e sobretudo a
volta ao home, quando toda familia à mesa - nenhuma palavra - ele entra, senta,cons-
trangido e a mais nova, aquela galeguinha feia, levanta, pega um prato no "bufê" e
pôe à sua frente, o filho pega o prato de carne e mexendo apenas um centrímentro, tira do centro e pôe ao lado do seu prato; a mulher, maria bello(loura de olho preto num existe) mas é uma grande atriz e com intensidade densa e contida, apenas olha.
aí o véi chorou prá caralho. são cinco minutos, os melhores da obra.
"senhores do crime" foi um equívoco, prato requentado, bola fora do d.c. comprome-
tendo inclusive a boa filmografia do mortensen.
casal garcia, verde, tinto, meio litro. gostei. presta, zé?
chico.
(1) - falar sobre isso é chover no molhado, perde-se um pouco, mas se ganha na visão
da fita, vê-se mais, é melhor.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

DAVID CARRADINE - A QUEM EU CHAMAVA DE KUNG FU






Passei minha vida chamando esse cara de kung fu.

Assistia a quase todos os capítulos da série, na televisão da Cohab, ao lado do seu Chiquinho. No início dos anos 1980, na Globo. Pra mim, um seriado espetacular. Mistura de shaolin com faroeste. Um monge, mestre em kung fu, enfrentado, só com as mãos, pistoleiros armados.
Na linha do defensor dos oprimidos. "Caveleiro solitário", "Os brutos também amam".

O cara sumiu e ficou com o estigma. Nâo fez mais nada durante décadas.

Eu sou fã.
E Tarantino também. Ressuscitou-o em Kill Bill.

A cena final do número 2, além do massacre na igreja, vale o ingresso. É bizarra, e poderia até ser ridícula se não fosse feita com tanta maestria por aquela turma.
Como acontece em muitos casos, o aluno supera o mestre sem que ele saiba.
Quem aplica o golpe dos cinco pontos no peito é a galega.
E ele, Carradine, Bill, Kung Fu, primeiro surpreso com a superação da aprendiz. Depois, com o olhar resignado ante a fatalidade, sereno, levanta-se com toda a classe para dar os cinco passos finais em direção ao ceifador.
E as perninhas e o jeitinho de viado a la John Wayne? Homenageando-o, com certeza.
Um, dois, três, quatro e créu.
Ela, Uma, olhar baixo, com o choro sincero de quem agride a quem ama, encerra uma das grandes cenas da história dessa bela arte.

Passilascar, Chicão.

Morreu esta semana. Disseram que foi suicídio. Pô, véio. Aos 72 ?

Segue a enciclopedia dos doidos:

David Carradine (Los Angeles, 8 de dezembro de 1936 — Bangcoc, 4 de junho de 2009) foi um ator estado-unidense.

David, nascido John Arthur Carradine, era filho do ator John Carradine, irmão de Bruce Carradine e meio-irmão de Keith Carradine e Robert Carradine. David Carradine é mais conhecido por sua personagem Kwai Chang Caine na série de televisão Kung Fu, produzida a partir dos anos 1970, na qual interpretava um monge Shaolin, mestre em Wushu, no Velho Oeste dos Estados Unidos. Uma cena famosa da série (que deveria ter sido estrelada por Bruce Lee, mas os produtores, ao final, não quiseram um chinês "autêntico", optando por "puxar os olhos" de Carradine) é quando Kwai Chang tatua sua pele com ferro quente.

Em 2003, Carradine ganhou nova audiência quando interpretou o personagem "Bill" nos dois filmes da série Kill Bill, de Quentin Tarantino, nos quais contracena com Uma Thurman.

David Carradine foi encontrado morto em 4 de junho de 2009, em um hotel de luxo em Bangcoc, onde participava das filmagens de Stretch. O primeiro relatório da polícia local indica que Carradine cometeu suicídio por enforcamento. Um funcionário da embaixada americana declarou, no entanto, que as circunstâncias da morte ainda não foram plenamente esclarecidas.