sexta-feira, 28 de março de 2008

"honra e coragem"

será que ele assitíu?
chico.

Honra e Coragem - As Quatro Plumas(The Four Feathers, EUA, Inglaterra, 2002)por Rubens Ewald FilhoO trailer foi muito exibido numa tentativa de tornar mais conhecida esta superprodução da Paramount e da Miramax, que foi um enorme fracasso de bilheteria nos EUA (e também no resto do mundo). Custou US$ 80 milhões e não rendeu nem US$ 20 no mercado americano. No Brasil, estreou antes em Porto Alegre do que no eixo Rio-São Paulo. Já começo implicando com o título nacional, que trai o nome das versões anteriores, que era simplesmente ''Quatro Penas Brancas'' (pluma é outra coisa). Assim se chamava a versão mais famosa, de 1939, de Zoltan Korda, já colorida, com Ralph Richardson e June Duprez. Houve versões em 1921 e 1928, além de uma refilmagem como ''Tempestade sobre o Nilo'', em 1955, com Laurence Harvey e Anthony Steel, e outra como telefilme com Beau Bridges em 1978. Ou seja, não havia necessidade de se refazer esta história colonialista e patrioteira de A. E. W. Mason. Foi uma besteira realizar este projeto dirigido pelo indiano Shekar Kapur (como um indiano aceita fazer uma fita que louva o povo e o exército que ocupou e dominou seu país-natal?) logo depois do sucesso de ''Elizabeth''. Embora seja uma fita até bonita, bem produzida, com cenários suntuosos (eu reclamo da tela standard e não widescreen, que seria mais apropriada), Kapur erra, para começar, na escalação do elenco. Simplesmente não parece haver mais atores adequados para este tipo de aventura de época. O fato é que os escolhidos são medíocres e por vezes comprometem. O australiano Heath Ledger não registra, não tem carisma, nem aparência especial. Mas muito pior que ele é o americano Wes Bentley, de ''Beleza Americana'', que chega a dar vergonha. Também a americana Kate Hudson (ruiva) não tem fôlego para uma fita de época num papel ingrato de interesse romântico.É verdade que o roteiro não ajuda. A história discute de forma antiquada o conceito de coragem e patriotismo. Um jovem estudante militar, quando sabe que seu regimento vai partir para a Guerra, resolve pedir dispensa. Não que tivesse medo, mas era contra aquele código de conduta e preferia se casar logo. Desonrado, recebe o desprezo dos colegas e a frieza do melhor amigo e, como símbolo disso, quatro penas brancas (não plumas). Obviamente, ele paga um preço por isso e para se redimir: quando sabe que o amigo está em perigo, vai para a África, onde este perdeu a visão e está sofrendo ataque dos sudaneses rebeldes.Hoje em dia esse conceito de honra na defesa de uma guerra colonial é muito discutível, assim como não tem grande impacto suas aventuras no deserto (não é um novo ''Lawrence da Arábia'', visualmente falando). Prejudicado pelo elenco fraco, trama antiquada, o filme não chega a ser ruim. É apenas desnecessário e dispensável.

Um comentário:

Ráu disse...

Ainda não vi. A conferir, CHICO.