sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
O ENVIADO - Bolas trocadas
Ví no cabo (AXN), semana passada. Não chega a superar outros filmes do gênero, como REENCARNAÇÃO, mas não deixa de ser interessante. Familia tradicional americana: O pai, GREG KINNEAR (Ótimo, de "O DOM DA PREMONIÇÃO"), a mãe - a toda boa REBECCA ROMIJN-STAMOS ("FEMME FATALLE") e o filho, CAMERON BRIGHT (foto), excelente ator mirim americano - que também atuou em "REENCARNAÇÃO", e rouba a cena agora. Calado o tempo todo, o olhar diz tudo. Foram felizes até o menimo completar 8 anos. Numa visita ao shoping, ele se separa da mãe, sai do prédio e morre atropelado. Após o baque, aparece em suas vidas um médico geneticista, ROBERT DE NIRO (muito bem nesse papel) propondo-lhes uma inseminação artificial a partir de células tronco do filho falecido, garantindo o seu retorno para breve. Após titubearem inicialmente, acabaram por aceitar o convite. Mudaram-se para uma pequena cidade do interior, onde a cirurgia foi realizada com sucesso. E deu-se o milagre. O herdeiro chegou, igualzinho ao original. E voltaram a ser felizes até que o garoto completasse 8 anos. A partir daí, ele passou a conviver com pesadelos terríveis que o faziam se apossar de outra personalidade. O que deu errado? Confira na telinha. A reboque, os mesmos conflitos éticos que permeiam esse tipo de evento, já relatados aqui, na resenha de "ANATOMIA".
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
"equilibrium"
parece fixação, mas foi casual: depois do jornal da band, passeando prá esfriar o sol pro flamengo, tava lá, no 62/tc action. como já(e só) tinha visto um pedaço outro dia, parei e vi todo.
kurt wimmer, desconheço. no futuro, depois da terceira guerra mundial, conclui-se que não
pode haver mais uma guerra e a sociedade, o sistema, os bacanas lá que escaparam levam
esta premissa ao pé da letra. para isso, o homem não pode ter raiva, ódio, amor, paixão, gosto,
prazer, sentimento, enfim. e como conseguir isso? com o prozium(homenagem ou mesmo pro-
paganda do prozac, que seja), claro, injetável e em treis aplicações diárias. é, além dele,controle,
muito controle, total(inspirado e homenagem a 1984, ao big brother). funciona. mas como quem
domina, tem poder e gosta, começam os excessos, ao tempo em que o sacerdote(nada a ver com
"padi") preston(cristian bale, caminhando a passos largos para ser o melhor do mundo) por aca-
so(ou não!?) derruba a sua ampola da dose matinal, na pia, na primeira higiene e - sem tomar -
passa a sentir. é proibido, não pode, é da lei. a tipificação do delito é criminoso emocional.
viram, que roteiro original e interessante?
é muito bem desenvolvido pelo tal do kurt, seu autor. muita ação, suspense, reviravoltas. mas
o filme é antes de tudo um show. um espetáculo de lutas marciais(jiu-jitson, a base e orígem de tudo) no braço, com espadas e sobretudo com revólveres. a mise en scène é perfeita, a encena-
ção, o posicionamento, o movimento, a dança. a equipe é tão boa que deconfio ter sido contratada
para o "batman begins". o filme é de 2002. fracassou nos cinemas, mas acho que vai virar cult.
muito superior a matrix, aquele clip comercial de óculos escuros, que fiz questão de nunca assis-
tir.
o bale arrebenta de novo.
chico.
kurt wimmer, desconheço. no futuro, depois da terceira guerra mundial, conclui-se que não
pode haver mais uma guerra e a sociedade, o sistema, os bacanas lá que escaparam levam
esta premissa ao pé da letra. para isso, o homem não pode ter raiva, ódio, amor, paixão, gosto,
prazer, sentimento, enfim. e como conseguir isso? com o prozium(homenagem ou mesmo pro-
paganda do prozac, que seja), claro, injetável e em treis aplicações diárias. é, além dele,controle,
muito controle, total(inspirado e homenagem a 1984, ao big brother). funciona. mas como quem
domina, tem poder e gosta, começam os excessos, ao tempo em que o sacerdote(nada a ver com
"padi") preston(cristian bale, caminhando a passos largos para ser o melhor do mundo) por aca-
so(ou não!?) derruba a sua ampola da dose matinal, na pia, na primeira higiene e - sem tomar -
passa a sentir. é proibido, não pode, é da lei. a tipificação do delito é criminoso emocional.
viram, que roteiro original e interessante?
é muito bem desenvolvido pelo tal do kurt, seu autor. muita ação, suspense, reviravoltas. mas
o filme é antes de tudo um show. um espetáculo de lutas marciais(jiu-jitson, a base e orígem de tudo) no braço, com espadas e sobretudo com revólveres. a mise en scène é perfeita, a encena-
ção, o posicionamento, o movimento, a dança. a equipe é tão boa que deconfio ter sido contratada
para o "batman begins". o filme é de 2002. fracassou nos cinemas, mas acho que vai virar cult.
muito superior a matrix, aquele clip comercial de óculos escuros, que fiz questão de nunca assis-
tir.
o bale arrebenta de novo.
chico.
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
"zodíaco"
acho que voces conhecem o bonequinho de o globo, segundo caderno, cinema. são toques curtos,
objetivos e geralmente bons. este - com o bonequinho sentado, triste e/ou cochilando - é sobre
"náufrago": "cinema é entretenimento e o mandamento primeiro e único é não tens o direito de
aborrecer o espectador". pois não é que este consegue ser pior que o da ilha, apesar de centenas de personagens,um constante e interminável ir e vir para várias cidades. é uma desgraça. david
fincher dos ótimos seven e clube da luta. saca aquelas reportagens sobre saúde, novidades de medicamentos, novas descobertas, às quais vou correndo e ansioso e quando voce ler, ela é incon
clusiva. pronto, é o caso. mas quiporra, 157 minutos, que desperdício. ah... "baseado em fatos re-
ais", no arquivo do caso de um serial killer, que, claro, matou uma porrada de gente, escrevia pa-
ra a polícia, assinando zodíaco(já viram isso ene vezes. ou mais?) e nunca foi preso. e daí?
a imprensa aí é mostrada com tanta ou maior importancia até do que a polícia. robert downy jr.
é reporter do chronicle, álcóolatra e é dono da primeira metade do filme, quando simplesmente sai de cena. eu só posso de deduzir que ele tenha sido preso numa das inúmeras vêzes em que isso aconteceu. de bigode, cavanhaque, cabelo desalinhado e olhos de heroína ou morfina, aparece
chapado em todas as cenas, ou fumando ou bebendo ou os dois. jake gylenhaal é cartunista do
jornal e sua fixação pelo caso leva-o à loucura e esta à perda do casamento/família e do emprego.
não está à altura do filho do denis quaid, que salva o mundo no ótimo "o dia depois de amanhã".
o correto mark ruffalo é o detetive e naufraga na merda do filme.
salva-se: a cena de abertura, de duplo assassinato; a reconstituição de época(a história vai dos
60 aos 90), inclusive com dois carros brasileiros, um kharman-ghia branco e um fiat 147 de cor
jerimum, do jake e umas duas gaitadas boas que dei com a loucura do cartunista(no porão de um
suspeito e na casa do sargento, quando vai acordá-lo com a sua paranóia). um engôdo, tremenda cagada do fincher.
por outro lado, o contrapeso - "batman begins" - é do caralho, um filmaço. cristopher nolan, que
elogiei outro dia aqui numa das primeiras postagens. também é co-autor do roteiro, muito bom.
é melhor do que "cassino royale", vários outros 007 e todos os outros homens-morcego. meu
irmão, aquele doido do tim burton, tão cultuado pelo americano e as revistas de cinema é uma
bosta: escalar michael keaton, aquele merdinha como o cavaleiro das trevas é um ultraje. joel
shumacker cagou no páu feio em "b. e robin", desperdiçando o grande talento de tommy lee jones num ridículo vilão duas caras e o insuportável jim carrey fazendo um vilão gay, careteiro,
cheio de gracinhas, verdadeiro chute nos cunhão(foi o último filme em que ele aparece que eu vi.
radicalizei) . christian bale. é, tem jeito não, é o melhor ator do momento(apesar de parecer com
o collor, que - convenhamos - não é mau ator). porra, a cena no final em que a menina(katie hol-
mes, lembra a nívea stelmann e a samara filipo, ou seja, uma doméstica, mas dá conta do recado)
chega perto dele nas ruínas de seu castelo incendiado e se beijam e todos ficamos acreditando e
torcendo para ficarem juntos e ela lhe dá "um corte"(como dizia-se em cajueiro, nos bailes da
vida), a cara do cara, meu irmão! impressionante, pensei que ele ia ter um ataque, ou chorar, ou
botar sangue pelo nariz a pelos olhos. do caralho. e a cara de cinismo mostrada em poucas mas
precisas cenas, com alfred e lucius. tem muitos recursos. vai longe. sim, deverão vir outros, já
que crane escapou. se preparem.
o elenco todo está muito bem. exceção apenas do tom wilkinson, um grande ator, mas não convence como o falcone mafioso. me abrí com o gary oldman fazendo o papel de cristopher plu-
mmer, de bigode.
filmaço. quem não viu, veja.
chico.
objetivos e geralmente bons. este - com o bonequinho sentado, triste e/ou cochilando - é sobre
"náufrago": "cinema é entretenimento e o mandamento primeiro e único é não tens o direito de
aborrecer o espectador". pois não é que este consegue ser pior que o da ilha, apesar de centenas de personagens,um constante e interminável ir e vir para várias cidades. é uma desgraça. david
fincher dos ótimos seven e clube da luta. saca aquelas reportagens sobre saúde, novidades de medicamentos, novas descobertas, às quais vou correndo e ansioso e quando voce ler, ela é incon
clusiva. pronto, é o caso. mas quiporra, 157 minutos, que desperdício. ah... "baseado em fatos re-
ais", no arquivo do caso de um serial killer, que, claro, matou uma porrada de gente, escrevia pa-
ra a polícia, assinando zodíaco(já viram isso ene vezes. ou mais?) e nunca foi preso. e daí?
a imprensa aí é mostrada com tanta ou maior importancia até do que a polícia. robert downy jr.
é reporter do chronicle, álcóolatra e é dono da primeira metade do filme, quando simplesmente sai de cena. eu só posso de deduzir que ele tenha sido preso numa das inúmeras vêzes em que isso aconteceu. de bigode, cavanhaque, cabelo desalinhado e olhos de heroína ou morfina, aparece
chapado em todas as cenas, ou fumando ou bebendo ou os dois. jake gylenhaal é cartunista do
jornal e sua fixação pelo caso leva-o à loucura e esta à perda do casamento/família e do emprego.
não está à altura do filho do denis quaid, que salva o mundo no ótimo "o dia depois de amanhã".
o correto mark ruffalo é o detetive e naufraga na merda do filme.
salva-se: a cena de abertura, de duplo assassinato; a reconstituição de época(a história vai dos
60 aos 90), inclusive com dois carros brasileiros, um kharman-ghia branco e um fiat 147 de cor
jerimum, do jake e umas duas gaitadas boas que dei com a loucura do cartunista(no porão de um
suspeito e na casa do sargento, quando vai acordá-lo com a sua paranóia). um engôdo, tremenda cagada do fincher.
por outro lado, o contrapeso - "batman begins" - é do caralho, um filmaço. cristopher nolan, que
elogiei outro dia aqui numa das primeiras postagens. também é co-autor do roteiro, muito bom.
é melhor do que "cassino royale", vários outros 007 e todos os outros homens-morcego. meu
irmão, aquele doido do tim burton, tão cultuado pelo americano e as revistas de cinema é uma
bosta: escalar michael keaton, aquele merdinha como o cavaleiro das trevas é um ultraje. joel
shumacker cagou no páu feio em "b. e robin", desperdiçando o grande talento de tommy lee jones num ridículo vilão duas caras e o insuportável jim carrey fazendo um vilão gay, careteiro,
cheio de gracinhas, verdadeiro chute nos cunhão(foi o último filme em que ele aparece que eu vi.
radicalizei) . christian bale. é, tem jeito não, é o melhor ator do momento(apesar de parecer com
o collor, que - convenhamos - não é mau ator). porra, a cena no final em que a menina(katie hol-
mes, lembra a nívea stelmann e a samara filipo, ou seja, uma doméstica, mas dá conta do recado)
chega perto dele nas ruínas de seu castelo incendiado e se beijam e todos ficamos acreditando e
torcendo para ficarem juntos e ela lhe dá "um corte"(como dizia-se em cajueiro, nos bailes da
vida), a cara do cara, meu irmão! impressionante, pensei que ele ia ter um ataque, ou chorar, ou
botar sangue pelo nariz a pelos olhos. do caralho. e a cara de cinismo mostrada em poucas mas
precisas cenas, com alfred e lucius. tem muitos recursos. vai longe. sim, deverão vir outros, já
que crane escapou. se preparem.
o elenco todo está muito bem. exceção apenas do tom wilkinson, um grande ator, mas não convence como o falcone mafioso. me abrí com o gary oldman fazendo o papel de cristopher plu-
mmer, de bigode.
filmaço. quem não viu, veja.
chico.
domingo, 24 de fevereiro de 2008
"a bela e a fera"
caso atípico na história do cinema,
o improvável "casablanca", proje-
to rejeitado por outros diretores e
aceito por michael curtiz, que em-
bora tenha feito mais de 100 filmes,
era mais conhecido pelos "capa e es-
pada" de errol flyn, veio a ganhar o
oscar. os outros dois foram roteiro adaptado e filme. "as time goes by"
- até hoje uma das músicas mais re-
gravadas - é o clássico que embala o
romance no "rick's - american bar",
onde acontece tudo e onde o hunphrey
acende um cigarro atrás do outro e
emborca seus uisques duplos. virou um clássico e embora eu não o inclua
na minha lista, para muitos é o maior
filme de todos os tempos.
chico.
o improvável "casablanca", proje-
to rejeitado por outros diretores e
aceito por michael curtiz, que em-
bora tenha feito mais de 100 filmes,
era mais conhecido pelos "capa e es-
pada" de errol flyn, veio a ganhar o
oscar. os outros dois foram roteiro adaptado e filme. "as time goes by"
- até hoje uma das músicas mais re-
gravadas - é o clássico que embala o
romance no "rick's - american bar",
onde acontece tudo e onde o hunphrey
acende um cigarro atrás do outro e
emborca seus uisques duplos. virou um clássico e embora eu não o inclua
na minha lista, para muitos é o maior
filme de todos os tempos.
chico.
DEJA VU - Pirotecnia tecnológica, imaginação futurista e derrapada no final
O filme explora esse fenômeno pelo qual todos já passamos e que os franceses o codinominaram de "deja vu": Aquela sensação estranha de que já tinhamos participado de determinados atos só agora vividos. O veterano diretor inglês TONNY SCOTT (TOP GUN) soube conduzir muito bem a trama não tão bem desenvolvida pelos roteiristas BILL MARSILLII (cria da BROADWAY) e TERRY ROSCIO (ALADIN). Eles, sim, derraparam feio na condução do desfecho do filme. No meu entender, virou pastelão. A história se passa na já devastada NOVA ORLEANS pós Katrina. Um inesperado atentado terrorista sacode a cidade. O guarda municipal DENZEL WASHINGRON (preciso, como sempre) é escalado para investigar o caso, juntamente com um Delegado Federal, feito por VAL KILMER (meio gorducho, mas muito bem na fita). O guarda escolhe um corpo entre as vítimas e a partir dos vestígios deixados no cadáver, da deliciosa PAULA PATTON (de HITCH, essa morenaça aí da foto), percebe que, na verdade, ela não fora vítima do acidente. Está convicto de que teria sido assassinada minutos antes do mesmo. Descobre também que o FBI detém uma tecnologia inovadora, embasada em estudos da física quântica, que explora o fenômeno que deu nome ao filme. Um supercomputador que consegue editar imagens captadas até quatro horas antes em qualquer ponto da cidade, utilizando um software altamente sofisticado, aliado a um esquema de monitoramento por GPS futurista. O plano do agente: Interagir com a máquina para tentar reverter o rumo das coisas. Conseguirá? Confira na telinha. Não podemos deixar de mencionar a ótima atuação de JIM CAVIEZEL, como terrorista. Tá mais para CRIMES EM PRIMEIRO GRÁU (excelente), é claro, do que para Jesus Cristo.
sábado, 23 de fevereiro de 2008
"freddie young"
conforme prometido, taí o nome da fera.
chico.
estasemana
(conteúdo exclusivo para assinantes VEJA ou UOL)
SumárioBrasilInternacionalGeralEconomia e NegóciosGuiaArtes e Espetáculos
CD póstumo da violoncelista Jacqueline du PréCambaio: músicas inéditas de Edu Lobo e Chico BuarqueA Globo não quer piada com Sandy no CassetaO lançamento de Lawrence da ArábiaVilão de Ameaça Virtual é inspirado em Bill Gates15 Minutos, com Robert De Niro Secreções, Excreções e Desatinos, de Rubem Fonseca colunas
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Claudio de Moura CastroGustavo FrancoDiogo MainardiRoberto Pompeu de Toledo seções
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Carta ao leitorEntrevistaCartasVEJA on-lineRadarContexto Holofote Veja essaArcHipertextoNotas internacionaisGenteDatasPara usarVEJA Recomenda Os mais vendidos arquivoVEJA
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Busca detalhadaArquivo 1997-2001Busca somente texto 969798990001Crie seu grupo
O maior dos épicos
Nenhum filme da era digital épáreo para Lawrence da Arábia,do diretor David Lean
Isabela Boscov
O'Toole, como Lawrence, e Sharif, como Ali: personagem polêmico e cenas monumentais
Há uma cena famosa no drama Crepúsculo dos Deuses em que a protagonista, uma estrela decadente, diz: "Eu ainda sou grande. Os filmes é que ficaram pequenos". Pois é essa a sensação que se tem ao ver Lawrence da Arábia (Lawrence of Arabia, Inglaterra, 1962), que está sendo lançado em DVD no país – a de que o cinema encolheu terrivelmente nas últimas décadas. E não só porque há muito se aposentou o formato 65 milímetros, tão grande que o espectador só percebia as bordas da tela com a visão periférica. Encolheram também a imaginação e a ambição, qualidades em que o diretor inglês David Lean era recordista. Numa época em que nem sequer a palavra "digital" era usada, quanto mais os recursos que ela propicia, Lean filmou durante quase 300 dias na Jordânia e em outras locações para criar as mais fascinantes imagens do deserto já vistas no cinema. Só pela sua imensidão é que se pode medir a estatura do protagonista do filme: o inglês T.E. Lawrence, que na I Guerra conseguiu o feito de reunir sob seu comando árabes de tribos diversas contra o domínio turco na região.
Lean era, à sua moda, tão audacioso quanto Lawrence. Ele abre o filme com a morte do personagem e, a partir dela, reconstitui sua trajetória. Lawrence era um inglês que se sentia mais à vontade em trajes de beduíno, um humanista que comandava batalhas sangrentas e um homossexual que, ao que se sabe, nunca assumiu nem consumou sua opção. Lean, contudo, não tem interesse em desconstruir esse mito. Prefere alimentá-lo, até deixar claro que nem Lawrence sabia muito bem quem era. Essa é uma das razões pelas quais o filme é ainda hoje tão rico. Interpretações fáceis da História tendem a envelhecer.
Camelos pulguentos – Quando Lawrence morreu, em 1935, muitos falaram em filmar suas memórias, Os Sete Pilares da Sabedoria. Vários roteiros chegaram a ser escritos, mas nenhum vingou. Os obstáculos pareciam intransponíveis. Quem se atreveria a deslocar centenas de técnicos, atores e figurantes para paisagens tão hostis? Lean, contudo, agarrou a chance de se apresentar para a tarefa. Embalado pelo sucesso de A Ponte do Rio Kwai, de 1957, ele achou que tinha cacife para propor a idéia. A produção em si foi uma operação de guerra. Nos papéis principais, de Lawrence e de seu amigo árabe Sherif Ali, o diretor colocou os então desconhecidos Peter O'Toole, que vinha do teatro, e Omar Sharif, famoso só em seu Egito natal. Na retaguarda, contudo, tinha verdadeiras fortalezas, como Alec Guinness, Anthony Quinn e José Ferrer. Sua equipe técnica também incluía alguns dos mais talentosos veteranos do cinema. Sem o diretor de fotografia Freddie Young, por exemplo, Lawrence da Arábia poderia ter sido um pesadelo. Os problemas surgiam sem parar. Desde o negativo que borbulhava dentro da câmara, por causa do sol inclemente, até as dunas e planícies que tinham de ser varridas, para que a areia parecesse virgem. As tomadas monumentais exigiam cálculos geométricos complicadíssimos – e é bom notar que, na época, o visor das câmaras não mostrava com exatidão o que estava sendo registrado. A inventividade dos tenentes de Lean, contudo, rendeu cenas antológicas, como aquela em que Sharif surge no horizonte como se fosse uma miragem. Para guiar o olho do espectador até aquele pontinho na tela, pintou-se uma faixa branca na areia, com centenas de metros de extensão, na sua direção. O efeito é imperceptível, mas decisivo.
Os atores, por sua vez, tinham outras dores de cabeça. O'Toole, Sharif e Quinn passaram meses cavalgando camelos – sempre sob um calor que atingia os 50 graus e montados em animais cobertos de pulgas. Sharif conta que, todos os dias, quando tirava sua túnica preta, ela estava branca por dentro, tanto era o sal que perdia com a transpiração. Lean era um diretor implacável. Mesmo que os intérpretes estivessem sendo mostrados a quilômetros de distância, ele não permitia que fossem substituídos por dublês, como é comum hoje. Na célebre seqüência do ataque à cidade de Ácaba, a excitação que se vê nos olhos deles é mais do que verídica: atrás dos atores vinha uma tropa de beduínos em disparada, todos empunhando sabres, e qualquer acidente seria fatal.
Versão restaurada – Situações como essa, é verdade, não são incomuns em produções de tal calibre. Lawrence da Arábia é considerado o maior épico do cinema não só porque é monumental, mas principalmente porque Lean soube imprimir a ele uma escala humana. Seu bom gosto o impelia sempre à discrição – no uso esparso dos elementos de cena, na música sugestiva de Maurice Jarre ou nos diálogos enxutos do roteirista Robert Bolt. Por isso seus 215 minutos passam tão rápido. Vale lembrar que essa é a duração da versão restaurada em 1989 – a que está contida no DVD e acompanhada de vários extras saborosos. Para aumentar o número de sessões nos cinemas, o filme sofreu sucessivos cortes à época de seu lançamento. Vê-lo ou revê-lo na íntegra é uma experiência imbatível. Até porque nunca se fará nada igual. Numa entrevista no DVD, o diretor Steven Spielberg pondera que hoje Lawrence da Arábia não sairia por menos de 285 milhões de dólares – e aí a tentação de usar efeitos digitais, mais baratos do que uma filmagem "na raça", mas menos convincentes, seria irresistível. Ainda que houvesse tanto dinheiro, contudo, faltaria o essencial: David Lean, que morreu em 1991, pouco mais de um ano depois de ver seu filme montado da maneira que concebera.
chico.
estasemana
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CD póstumo da violoncelista Jacqueline du PréCambaio: músicas inéditas de Edu Lobo e Chico BuarqueA Globo não quer piada com Sandy no CassetaO lançamento de Lawrence da ArábiaVilão de Ameaça Virtual é inspirado em Bill Gates15 Minutos, com Robert De Niro Secreções, Excreções e Desatinos, de Rubem Fonseca colunas
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O maior dos épicos
Nenhum filme da era digital épáreo para Lawrence da Arábia,do diretor David Lean
Isabela Boscov
O'Toole, como Lawrence, e Sharif, como Ali: personagem polêmico e cenas monumentais
Há uma cena famosa no drama Crepúsculo dos Deuses em que a protagonista, uma estrela decadente, diz: "Eu ainda sou grande. Os filmes é que ficaram pequenos". Pois é essa a sensação que se tem ao ver Lawrence da Arábia (Lawrence of Arabia, Inglaterra, 1962), que está sendo lançado em DVD no país – a de que o cinema encolheu terrivelmente nas últimas décadas. E não só porque há muito se aposentou o formato 65 milímetros, tão grande que o espectador só percebia as bordas da tela com a visão periférica. Encolheram também a imaginação e a ambição, qualidades em que o diretor inglês David Lean era recordista. Numa época em que nem sequer a palavra "digital" era usada, quanto mais os recursos que ela propicia, Lean filmou durante quase 300 dias na Jordânia e em outras locações para criar as mais fascinantes imagens do deserto já vistas no cinema. Só pela sua imensidão é que se pode medir a estatura do protagonista do filme: o inglês T.E. Lawrence, que na I Guerra conseguiu o feito de reunir sob seu comando árabes de tribos diversas contra o domínio turco na região.
Lean era, à sua moda, tão audacioso quanto Lawrence. Ele abre o filme com a morte do personagem e, a partir dela, reconstitui sua trajetória. Lawrence era um inglês que se sentia mais à vontade em trajes de beduíno, um humanista que comandava batalhas sangrentas e um homossexual que, ao que se sabe, nunca assumiu nem consumou sua opção. Lean, contudo, não tem interesse em desconstruir esse mito. Prefere alimentá-lo, até deixar claro que nem Lawrence sabia muito bem quem era. Essa é uma das razões pelas quais o filme é ainda hoje tão rico. Interpretações fáceis da História tendem a envelhecer.
Camelos pulguentos – Quando Lawrence morreu, em 1935, muitos falaram em filmar suas memórias, Os Sete Pilares da Sabedoria. Vários roteiros chegaram a ser escritos, mas nenhum vingou. Os obstáculos pareciam intransponíveis. Quem se atreveria a deslocar centenas de técnicos, atores e figurantes para paisagens tão hostis? Lean, contudo, agarrou a chance de se apresentar para a tarefa. Embalado pelo sucesso de A Ponte do Rio Kwai, de 1957, ele achou que tinha cacife para propor a idéia. A produção em si foi uma operação de guerra. Nos papéis principais, de Lawrence e de seu amigo árabe Sherif Ali, o diretor colocou os então desconhecidos Peter O'Toole, que vinha do teatro, e Omar Sharif, famoso só em seu Egito natal. Na retaguarda, contudo, tinha verdadeiras fortalezas, como Alec Guinness, Anthony Quinn e José Ferrer. Sua equipe técnica também incluía alguns dos mais talentosos veteranos do cinema. Sem o diretor de fotografia Freddie Young, por exemplo, Lawrence da Arábia poderia ter sido um pesadelo. Os problemas surgiam sem parar. Desde o negativo que borbulhava dentro da câmara, por causa do sol inclemente, até as dunas e planícies que tinham de ser varridas, para que a areia parecesse virgem. As tomadas monumentais exigiam cálculos geométricos complicadíssimos – e é bom notar que, na época, o visor das câmaras não mostrava com exatidão o que estava sendo registrado. A inventividade dos tenentes de Lean, contudo, rendeu cenas antológicas, como aquela em que Sharif surge no horizonte como se fosse uma miragem. Para guiar o olho do espectador até aquele pontinho na tela, pintou-se uma faixa branca na areia, com centenas de metros de extensão, na sua direção. O efeito é imperceptível, mas decisivo.
Os atores, por sua vez, tinham outras dores de cabeça. O'Toole, Sharif e Quinn passaram meses cavalgando camelos – sempre sob um calor que atingia os 50 graus e montados em animais cobertos de pulgas. Sharif conta que, todos os dias, quando tirava sua túnica preta, ela estava branca por dentro, tanto era o sal que perdia com a transpiração. Lean era um diretor implacável. Mesmo que os intérpretes estivessem sendo mostrados a quilômetros de distância, ele não permitia que fossem substituídos por dublês, como é comum hoje. Na célebre seqüência do ataque à cidade de Ácaba, a excitação que se vê nos olhos deles é mais do que verídica: atrás dos atores vinha uma tropa de beduínos em disparada, todos empunhando sabres, e qualquer acidente seria fatal.
Versão restaurada – Situações como essa, é verdade, não são incomuns em produções de tal calibre. Lawrence da Arábia é considerado o maior épico do cinema não só porque é monumental, mas principalmente porque Lean soube imprimir a ele uma escala humana. Seu bom gosto o impelia sempre à discrição – no uso esparso dos elementos de cena, na música sugestiva de Maurice Jarre ou nos diálogos enxutos do roteirista Robert Bolt. Por isso seus 215 minutos passam tão rápido. Vale lembrar que essa é a duração da versão restaurada em 1989 – a que está contida no DVD e acompanhada de vários extras saborosos. Para aumentar o número de sessões nos cinemas, o filme sofreu sucessivos cortes à época de seu lançamento. Vê-lo ou revê-lo na íntegra é uma experiência imbatível. Até porque nunca se fará nada igual. Numa entrevista no DVD, o diretor Steven Spielberg pondera que hoje Lawrence da Arábia não sairia por menos de 285 milhões de dólares – e aí a tentação de usar efeitos digitais, mais baratos do que uma filmagem "na raça", mas menos convincentes, seria irresistível. Ainda que houvesse tanto dinheiro, contudo, faltaria o essencial: David Lean, que morreu em 1991, pouco mais de um ano depois de ver seu filme montado da maneira que concebera.
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
"lawrence da arábia"
espetacular. perdoem o lugar comun, a pouca leitura, a "ignorança do macaco".
mas não vejo outra palavra para qualificar melhor esta obra prima de (sir?)
david lean.
puta merda! como "spartacus", que entra em todas as minhas listas - o épico
magistral de kubrick - é pequeno perto deste. e eu venho esquecendo de pô-lo nas últimas(1). tá certo que nunca o vi por inteiro, talvez no lançamento em 62,
mas se aconteceu, eu tinha treze anos. nas madrugadas insones, vi várias vêzes muitos pedaços, pequenos, grandes, o início arrebatador, onde lean mostra suas
armas, toda sua técnica. deve ter sido pela duração, muito longo prá uma crian-
ça e depois para um bêbado.
agora, assis(tks véio) me emprestou a última versão, maior que os 206 minutos
da versão do diretor, com 217 minutos, exatas treis horas e trinta sete minutos.
não cansa. cinema não, filme bom, nem pensar.
introcucing - introduzindo, apresentando(?) peter o'toole. porra, o lean tinha
peso. como protagonista! é brincadeira. e o elenco? escolhido a dedo.
a fotografia é - como dizer sem chover no molhado ? - conto: antes ou depois
de ter visto (o ótimo) "o céu que nos protege", li na set(provavelmente do jão):
"bertolucci fez uma pequena obra prima, beneficiado pelo excelente romance de
paul bowels e o saara captado de forma belíssima pela fotografia de vittorio
storaro". é verdade. mas o que dizer desta de(nun sei quem - vou pesquisar, depois postarei), oscarizada(um dos sete - ah academia fila da puta, deu onze pro "titanic", fazendo aquela bosta empatar com o monumental "ben-hur")?
é magnífica. a trilha sonora do jarre é uma das que mais combinou com a
história,o cenário, o proposto, a grandeza. é edificante.
o que seria do cinema(hollywood, o negócio, a indústria, a sétima arte), as
artes em geral, a cultura, a história, o homen, nós - pobres mortais - se não
fosse o herói? nada. é da natureza humana ter medo. o t.e.l. também devia ter
os seus. mas e a mente, a sua cabeça, que força extraordinária: "é simples, é
só pensar que não vai doer", diz(perdão, quem diz somos nós, ele afirma, de-
clara, escreve a sua história, provando que "nada estava esrito", como diziam
os árabes, os beduínos, aqueles índios) prá o soldadinho que se admira por ele
ter apagado o fósforo com os dedos, friamente. (tks 2, assis - o filme tá ali).
ele é meio que desastrado, inconstante, meio porra-louca, mas gosta de aven-
tura, é determinado, destemido, tem "cunhão", enfim.
e a política, a geopolítica, a inglaterra(mãe dos u.s.a), a safadeza, o jôgo de inte-
rêsses, estão lá, viradas na boba-da-peste. o claude rains(de "casablanca") - só
agora vim descobrir - faz a eminência parda, na acepção da palavra, o interesse
civil, mais que o golbery e muito menos o zé dirceu(assalariado do pt). perfeito.
civil aí é o capital, claro.
é um épico, um filmaço. todos deviam asistir, mesmo nesses tempos corridos.
é uma aula de história, de cinema e da vida.
chico.
(1) - listas... é aquilo que falei numa das resenhas sobre "listas" de um jornal
inglês e "ilha deserta - filmes", são ótimas por isso. voce muda, em função de
vários fatores, inclusive a memória. este entra na minha de hoje.
###humor negro: deve ser a minha homofobia, mas voces viram os pulos de
alegria que o law(perdoem a intimidade)/o'toole dá quando veste a saia/vestido
branco lhe presenteado pelo alli(omar)? e os meninos, que ele adota e leva embaixo do
braço prá tudo que é lugar? maquiado, com olhos pintados com rímel em pleno
deserto. há horas, cenas em que parece uma boneca, uma barbie. é foda. peter
o'toole já nasceu viado(com I, revisor filodaputa). seria o personagem também?
teria o lean o escolhido por isso?
vejam(ou revejam) e opinem.
mas não vejo outra palavra para qualificar melhor esta obra prima de (sir?)
david lean.
puta merda! como "spartacus", que entra em todas as minhas listas - o épico
magistral de kubrick - é pequeno perto deste. e eu venho esquecendo de pô-lo nas últimas(1). tá certo que nunca o vi por inteiro, talvez no lançamento em 62,
mas se aconteceu, eu tinha treze anos. nas madrugadas insones, vi várias vêzes muitos pedaços, pequenos, grandes, o início arrebatador, onde lean mostra suas
armas, toda sua técnica. deve ter sido pela duração, muito longo prá uma crian-
ça e depois para um bêbado.
agora, assis(tks véio) me emprestou a última versão, maior que os 206 minutos
da versão do diretor, com 217 minutos, exatas treis horas e trinta sete minutos.
não cansa. cinema não, filme bom, nem pensar.
introcucing - introduzindo, apresentando(?) peter o'toole. porra, o lean tinha
peso. como protagonista! é brincadeira. e o elenco? escolhido a dedo.
a fotografia é - como dizer sem chover no molhado ? - conto: antes ou depois
de ter visto (o ótimo) "o céu que nos protege", li na set(provavelmente do jão):
"bertolucci fez uma pequena obra prima, beneficiado pelo excelente romance de
paul bowels e o saara captado de forma belíssima pela fotografia de vittorio
storaro". é verdade. mas o que dizer desta de(nun sei quem - vou pesquisar, depois postarei), oscarizada(um dos sete - ah academia fila da puta, deu onze pro "titanic", fazendo aquela bosta empatar com o monumental "ben-hur")?
é magnífica. a trilha sonora do jarre é uma das que mais combinou com a
história,o cenário, o proposto, a grandeza. é edificante.
o que seria do cinema(hollywood, o negócio, a indústria, a sétima arte), as
artes em geral, a cultura, a história, o homen, nós - pobres mortais - se não
fosse o herói? nada. é da natureza humana ter medo. o t.e.l. também devia ter
os seus. mas e a mente, a sua cabeça, que força extraordinária: "é simples, é
só pensar que não vai doer", diz(perdão, quem diz somos nós, ele afirma, de-
clara, escreve a sua história, provando que "nada estava esrito", como diziam
os árabes, os beduínos, aqueles índios) prá o soldadinho que se admira por ele
ter apagado o fósforo com os dedos, friamente. (tks 2, assis - o filme tá ali).
ele é meio que desastrado, inconstante, meio porra-louca, mas gosta de aven-
tura, é determinado, destemido, tem "cunhão", enfim.
e a política, a geopolítica, a inglaterra(mãe dos u.s.a), a safadeza, o jôgo de inte-
rêsses, estão lá, viradas na boba-da-peste. o claude rains(de "casablanca") - só
agora vim descobrir - faz a eminência parda, na acepção da palavra, o interesse
civil, mais que o golbery e muito menos o zé dirceu(assalariado do pt). perfeito.
civil aí é o capital, claro.
é um épico, um filmaço. todos deviam asistir, mesmo nesses tempos corridos.
é uma aula de história, de cinema e da vida.
chico.
(1) - listas... é aquilo que falei numa das resenhas sobre "listas" de um jornal
inglês e "ilha deserta - filmes", são ótimas por isso. voce muda, em função de
vários fatores, inclusive a memória. este entra na minha de hoje.
###humor negro: deve ser a minha homofobia, mas voces viram os pulos de
alegria que o law(perdoem a intimidade)/o'toole dá quando veste a saia/vestido
branco lhe presenteado pelo alli(omar)? e os meninos, que ele adota e leva embaixo do
braço prá tudo que é lugar? maquiado, com olhos pintados com rímel em pleno
deserto. há horas, cenas em que parece uma boneca, uma barbie. é foda. peter
o'toole já nasceu viado(com I, revisor filodaputa). seria o personagem também?
teria o lean o escolhido por isso?
vejam(ou revejam) e opinem.
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
sábado, 9 de fevereiro de 2008
SINAIS - Por quê?
Ainda não tinha visto, vi ontem no cabo(TNT), o polêmico "SINAIS" de M. NIGHT SHYALAMAN, que é bom diretor. Já fez "SEXTO SENTIDO" e "CORPO FECHADO". Polêmicas à parte, o filme vale a pena. O ex-padre e viuvo MEL GIBSON (não muito bem) mora em uma pequena fazenda americana com o irmão JOAQUIM PHOENIX (muito bom) e os filhos, os ótimos atores mirins americanos RORY CULKIN ("SEGREDOS NA NOITE", não vi ainda) e ABIGAIL BRESLIN ("PEQUENA MISS SUNSHINE"), que é um show à parte. Numa noite, seus filhos descobrem extranhas figuras meticulosamente desenhadas na plantação de milho (são os famosos "circle corn", mais comuns no Reino Unido). O pai e o tio acordam com o barulho e os encontram no milharal. A princípio não entendem o que está se passando, mas o enredo não deixa dúvidas: Foram produzidas por alienígenes que estão invadindo a terra. Os noticiários da TV estão mostrando ao vivo a chegada das naves espaciais, e a presença desses seres já em terra, inclusive com citação explícita ao BRASIL (no filme, PASSO FUNDO-RS, mas na verdade se referindo aos episódios, por demais conhecidos, de VARGINHA-MG). Trancados em casa, passam sufoco para não permitirem a entrada dos ET's. Sofrimento maior para o filho MORGAN que sofre de asma. Muitas constatações e sustos depois (sim, o filme é um ótimo suspense), duas questões não puderam ser esclarecidas: Para quê vieram?, e por quê se foram tão repentinamente? No final, fica a perspectiva de que não teriam vindo apenas para destruir, já que muitos humanos foram mortos, mas também para salvar.
"a. e s. "
"a" de "la dolce vitta"
"s" de "duas mulheres"(oscar de 1960 para melhor atriz, me parece que caso
inédito na época e até hoje único para estrangeira). aliás, sofia loren é um fe-
nômeno, com uma carreira de sucesso na itália e em hollywood se firmando
como a maior, acima das conterrâneas - todas lindas e mais bonitas do que ela
_ gina lollobrigida, claudia cardinalle, silvana manganno, rossana schiafinno,
rossana podestá, ana magnanni(feia, mas gostosa),stefania sandrelli, laura
antonelli, monica vitti e outras menos votadas. seu casamento com o produtor
carlo ponti foi um escândalo para a época, num país religioso como a itália,
devido a diferença de idade, mais de trinta anos.
chico.
p.s. - sim, zé: o amigo ulisses(expert em computadores) matou a charada:
"ingrid bergmann" não entrou por ser um arquivo p.p.s., teria que ser desmem-
brado para ir postando aos poucos, por fotos. ele traduziu, inclusive o texto da
mensagem do blogger. mas mandei para todos. recebeu, gostou? apareça,
porra.
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008
"made in sweden"
ingrid bergmann. até o nome é bonito.
chico.
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We are aware of this problem and currently working on a fix.
Ao relatar esse erro ao Suporte do Blogger ou ao Grupo de Ajuda do Blogger:
Descreva o que você estava fazendo quando recebeu este erro.
Forneça o código de erro e as informações adicionais a seguir.
bX-5tdd1p
Informações adicionais
blogID: 114859279218709168host: www.blogger.comuri: /upload-image.do
Estas informações vão nos ajudar a rastrear seu problema específico e a corrigi-lo. Pedimos desculpas pelo transtorno.
chico.
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terça-feira, 5 de fevereiro de 2008
CARNAVAL DE MUSAS - Segunda Parte
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008
"olhem a kay aí"
A Rapariga Morta
Título original: The Dead GirlTítulo (Brasil): Realização: Karen MoncrieffIntérpretes: Toni Collette, Piper Laurie, Giovanni Ribisi, Mary Steenburgen, Mary Beth Hurt, Nick Searcy, Marcia Gay Harden, Kerry Washington, Brittany MurphyEstados Unidos, 2006Estreia: 28 de Junho de 2007
JoãoLopes
Média dosEspectadores
Uma vida acaba. Sete outras começam. O novo filme da aclamada escritora/realizadora Karen Moncrieff («Blue Car») é um conjunto de cinco histórias sobre pessoas sem aparentemente qualquer relação, cujas vidas convergem à volta do homicídio de uma jovem rapariga. ***** * Karen Moncrieff, Toni Collette, Brittany Murphy e Marcia Gay Harden no Cinema2000.
João Lopes (joaol@mrnet.pt)
Curioso jogo de variações sobre os clichés do "filme-de-investigação-policial", numa teia de personagens e tempos que nos envolve de forma inesperada. Além do mais, a qualidade global das interpretações é de um brilhantismo raro.
Gonçalo Sá
AS CINCO Cinco pequenas histórias que em comum têm peripécias em torno do homicídio de uma jovem rapariga - é esta a proposta de “A Rapariga Morta” (The Dead Girl), segunda longa-metragem de Karen Moncrieff, realizadora que passou pela série televisiva “Sete Palmos de Terra” e que se estreou em cinema com “Blue Car”, em 2002. A experiência na brilhante série de Alan Ball é visível, uma vez que o filme opta pelo drama de tons densos, emanando um magnetismo que origina uma tensão apenas interrompida por ocasionais e muito discretos momentos de humor negro. O tema da morte é também outro forte ponto de contacto, estando na base das situações que as personagens aqui enfrentam. Contudo, apesar de investir nesses mesmos ambientes – mais do que no filme anterior -, Moncrieff não oferece aqui um mero sucedâneo e consegue tecer uma das teias dramáticas mais absorventes de 2007, apresentando uma obra que equilibra inteligência, subtileza e depuração emocional. O argumento é bem esculpido, mantendo uma aura misteriosa sem no entanto escorregar para os exageros e reviravoltas de um thriller pouco exigente. A realização e montagem merecem também elogios, contribuindo para que “A Rapariga Morta” capte a atenção logo nos primeiros minutos e continue envolvente durante os cinco segmentos que servem de palco às cinco mulheres que Moncrieff observa: a Estranha, a Irmã, a Mulher, a Mãe e a Morta. Puzzle menos intrincado do que os que se encontram em filmes-mosaico recentes – e que este não chega a ser de facto -, tem ainda a seu favor um magnífico elenco, tanto de protagonistas como de secundários. Rose Byrne, Mary Beth Hurt e Marcia Gay Harden são todas convincentes nos papéis de mulheres muito diferentes mas interligadas pela solidão e busca de respostas, mas Toni Colette e Brittany Murphy ascendem a um nível superlativo - a primeira naquele que é talvez o melhor episódio da película (contracenando com Giovanni Ribisi em algumas das cenas mais inquietantes) e a segunda interpretando a personagem que dá título ao filme com uma espontaneidade e dedicação impressionantes. Após o promissor, embora irregular “Blue Car”, Moncrieff apresenta agora uma obra mais madura e segura, e só se lamenta não dar mais tempo de antena a algumas personagens, o que em nada compromete que "A Rapariga Morta" seja uma das melhores surpresas do cinema independente norte-americano estreadas este ano. http://gonn1000.blogspot.com/
Título original: The Dead GirlTítulo (Brasil): Realização: Karen MoncrieffIntérpretes: Toni Collette, Piper Laurie, Giovanni Ribisi, Mary Steenburgen, Mary Beth Hurt, Nick Searcy, Marcia Gay Harden, Kerry Washington, Brittany MurphyEstados Unidos, 2006Estreia: 28 de Junho de 2007
JoãoLopes
Média dosEspectadores
Uma vida acaba. Sete outras começam. O novo filme da aclamada escritora/realizadora Karen Moncrieff («Blue Car») é um conjunto de cinco histórias sobre pessoas sem aparentemente qualquer relação, cujas vidas convergem à volta do homicídio de uma jovem rapariga. ***** * Karen Moncrieff, Toni Collette, Brittany Murphy e Marcia Gay Harden no Cinema2000.
João Lopes (joaol@mrnet.pt)
Curioso jogo de variações sobre os clichés do "filme-de-investigação-policial", numa teia de personagens e tempos que nos envolve de forma inesperada. Além do mais, a qualidade global das interpretações é de um brilhantismo raro.
Gonçalo Sá
AS CINCO Cinco pequenas histórias que em comum têm peripécias em torno do homicídio de uma jovem rapariga - é esta a proposta de “A Rapariga Morta” (The Dead Girl), segunda longa-metragem de Karen Moncrieff, realizadora que passou pela série televisiva “Sete Palmos de Terra” e que se estreou em cinema com “Blue Car”, em 2002. A experiência na brilhante série de Alan Ball é visível, uma vez que o filme opta pelo drama de tons densos, emanando um magnetismo que origina uma tensão apenas interrompida por ocasionais e muito discretos momentos de humor negro. O tema da morte é também outro forte ponto de contacto, estando na base das situações que as personagens aqui enfrentam. Contudo, apesar de investir nesses mesmos ambientes – mais do que no filme anterior -, Moncrieff não oferece aqui um mero sucedâneo e consegue tecer uma das teias dramáticas mais absorventes de 2007, apresentando uma obra que equilibra inteligência, subtileza e depuração emocional. O argumento é bem esculpido, mantendo uma aura misteriosa sem no entanto escorregar para os exageros e reviravoltas de um thriller pouco exigente. A realização e montagem merecem também elogios, contribuindo para que “A Rapariga Morta” capte a atenção logo nos primeiros minutos e continue envolvente durante os cinco segmentos que servem de palco às cinco mulheres que Moncrieff observa: a Estranha, a Irmã, a Mulher, a Mãe e a Morta. Puzzle menos intrincado do que os que se encontram em filmes-mosaico recentes – e que este não chega a ser de facto -, tem ainda a seu favor um magnífico elenco, tanto de protagonistas como de secundários. Rose Byrne, Mary Beth Hurt e Marcia Gay Harden são todas convincentes nos papéis de mulheres muito diferentes mas interligadas pela solidão e busca de respostas, mas Toni Colette e Brittany Murphy ascendem a um nível superlativo - a primeira naquele que é talvez o melhor episódio da película (contracenando com Giovanni Ribisi em algumas das cenas mais inquietantes) e a segunda interpretando a personagem que dá título ao filme com uma espontaneidade e dedicação impressionantes. Após o promissor, embora irregular “Blue Car”, Moncrieff apresenta agora uma obra mais madura e segura, e só se lamenta não dar mais tempo de antena a algumas personagens, o que em nada compromete que "A Rapariga Morta" seja uma das melhores surpresas do cinema independente norte-americano estreadas este ano. http://gonn1000.blogspot.com/
CARNAVAL DE MUSAS
O ÚLTIMO REI DA ESCÓCIA - Bravatas e loucura
"O ÚLTIMO REI" superou nossas espectativas. Assistimos, eu, CHICO e GENO no apartamento deste, no domingo de carnaval, tomando umas geladas. O diretor KEVIN MACDONALD ("DEU A LOUCA EM HOLLYWOOD", "DESAFIO VERTICAL", e o ótimo documentário "MUNIQUE, 1972", ganhador do oscar) soube, muito bem, contar parte da história do ditador ugandense IDI AMIN DADA, brilhantemente interpretado por FOREST WHITAKER que, com o papel, faturou o GLOBO DE OURO e o OSCAR. Apresentou-a sob o ponto de vista de seu médico particular, NICHOLAS GARRIGAN, feito pelo jovem e bom ator escocês JAMES MCAVOY ("CRÔNICAS DE NÁRNIA" e "PENELOPE"), que saiu da Escócia para tentar a vida profissional em UGANDA e acabou por conhecer o diatodor casualmente. No início do filme, KEVIN opta pela fantasia, e mostra a chegada de IDI ao poder, com muita festa e fanfarronices. O diretor procura explicitar o lado bonachão, que IDI efetivamente possuía. À medida que o tempo vai passando, ele vai nos mostrando, sempre com a percepção do jovem médico, o outro lado do ditador, um verdadeiro tirano, psicopata e sanguinário, que para manter-se no poder, e continuar usufruindo das regalias que a maioria da população não possuia, promoveu uma verdadeira babárie contra o seu povo, chegando a matar cerca de 300.000 pessoas, incluindo ex-auxiliares mais próximos. Drama africano genuino, já comentado aqui na resenha sobre "DIAMANTES DE SANGUE". Também estrelam o filme, a atriz GILLIAN ANDERSON (de ARQUIVO X) muito loira, mas não menos linda, e a bela atriz negra americana KERRY WASHINGTON ("O QUARTETO FANTÁSTICO", os dois, "EM MÁ COMPANHIA" e "RAY"), que faz uma das mulheres do ditador, mantém um breve relacionamento amoroso com o médico, engravida, e vê sua vida virar às avessas. O final é surpreendente (também para o ditador) que parecia antever sua queda. O filme, sem dúvida, é uma boa pedida. Recomendo.
domingo, 3 de fevereiro de 2008
sábado, 2 de fevereiro de 2008
"mentiras verdadeiras"
vi hoje de madrugada e vim aqui, atrás de confirmar minha suspeita(não vi o
seu nome nos letreiros finais), se era mesmo o rupert everett. abri de primeira
no "cineplayers" e me deparei com a resenha abaixo, que reputo como a pior
coisa já escrita - e que eu tenha lido - sobre um filme. por isso publico.
quem é este filadaputa? "ordinário"? como é..."estabelecer um ritmo fluente"
... qui porra é isso? desde quando um filme, uma obra precisa ter ritmo e pior,
fluente. vaitifudê. e outra, o everet(bill bule)é canceroso e o bosta reclama que
ele está apático.porra. "ah... porque na primeira meia hora já ficamos sabendo
quem é o assassino". e daí, caralho, não é um policial, não, trata-se uma gaia à
inglesa, ou seja uma "crassi"(classe, para um amigo meu), o acidente e depois
a polícia são meros coadjuvantes. emily watson perfeita; ninguém pode fazer um
ser humano cheio de dúvidas, remorso e culpa como ela. o velho tom wilkinson
eu já considero um dos melhores atores dos últimos anos. dá um show.
gostei.
chico.
Mentiras Sinceras
(Separate Lies, 2005)
Por Alexandre Koball12/03/2006
Uma história clichê de traição e assassinato que não consegue impor ritmo. O bom elenco salva.
Peguemos um diretor novato como Julian Fellowes. Peguemos também um bom casal de atores formado por Tom Wilkinson e Emily Watson, mas que não combinam em nada na frente das câmeras quando interpretam marido e mulher. Peguemos uma pequena cidade nublada nos arredores de Londres, com um clima imutável durante todo o filme (bem, chove forte em uma cena; nas outras está sempre nublado). A combinação disso tudo com uma história policial envolvendo um triângulo amoroso e um assassinato faz de Mentiras Verdadeiras, bem... um filme bastante ordinário.
Analisando o filme, lembrei-me rapidamente de outro com as mesas características: O Retorno do Talentoso Ripley, um filme feito de poucos bons momentos, e muito outros simplesmente vazios – até a fotografia era a mesma. São poucos os filmes que conseguem ter Londres fotografada sem causar aborrecimento, como Closer – Perto Demais. Mentiras Verdadeiras obviamente é um trabalho de um diretor inexperiente e de um roteirista (que, no caso foi o próprio diretor) apenas bom. Vale lembrar que o muito bom roteiro de Assassinato em Gosford Park foi criado pelo mesmo sujeito. Fica fácil entender, dessa forma, que o problema deste filme está principalmente na direção.
Contando com uma história bem clichê, de muitas idas e vindas, o filme nunca consegue estabelecer um ritmo fluente. A impressão que se tem é que as cenas saem engasgadas, sem uma sensação de continuidade que o torne aprazível de ser acompanhado. O marido da empregada que trabalha para os Manning (casal anunciado no início deste texto) foi morto em um acidente de carro. Conhecemos o responsável logo na metade inicial do filme e, a partir daí, um joguinho envolvendo o casal e um terceiro (um Rupert Everett absolutamente sem graça em cena) passa a prevalecer no filme. Enquanto resolvem seus problemas entre si, a polícia entra em cena para complicar ainda mais a situação. Os nervos de Anne (Watson) estão a ponto de explodir, e ela não consegue definir com quem vai ficar.
As limitações do roteiro são bem óbvias, não há nada de novo nele e, mesmo desconsiderando esse fator, ele é fraco por si só. A direção de Fallowes é simplesmente burocrática, nunca impondo um ritmo que dê às situações apresentadas (a presença da polícia perante o culpado que o espectador já conhece, por exemplo) a tensão necessária para trazer ao filme o tempero necessário para ele se tornar interessante. Por outro lado, o talento envolvido na produção faz com que esse trabalho todo não seja em vão: Tom Wilkinson é um grande ator e sua presença em tela é motivo suficiente para termos um filme pelo menos bem interpretado. Emily Watson, também, não é talento para se jogar fora e mesmo com os conflitos não muito interessantes de sua personagem (é irritante o fato de ela não saber o que quer fazer o tempo todo) é sempre bom tê-la em um filme.
Este é o típico trabalho que chega às salas de cinema sem alvoroço, sem ninguém realmente esperar por isso e sai de lá na mesma velocidade. Depois ele terá a chance de ter um público melhor quando chegar às locadoras. Mas não posso ser totalmente injusto com ele: em nenhum momento é um filme ruim, porém em muitos poucos momentos é também um bom trabalho. Ficar nesse meio termo sem graça configura o seu maior pecado.
Por Alexandre Koball
seu nome nos letreiros finais), se era mesmo o rupert everett. abri de primeira
no "cineplayers" e me deparei com a resenha abaixo, que reputo como a pior
coisa já escrita - e que eu tenha lido - sobre um filme. por isso publico.
quem é este filadaputa? "ordinário"? como é..."estabelecer um ritmo fluente"
... qui porra é isso? desde quando um filme, uma obra precisa ter ritmo e pior,
fluente. vaitifudê. e outra, o everet(bill bule)é canceroso e o bosta reclama que
ele está apático.porra. "ah... porque na primeira meia hora já ficamos sabendo
quem é o assassino". e daí, caralho, não é um policial, não, trata-se uma gaia à
inglesa, ou seja uma "crassi"(classe, para um amigo meu), o acidente e depois
a polícia são meros coadjuvantes. emily watson perfeita; ninguém pode fazer um
ser humano cheio de dúvidas, remorso e culpa como ela. o velho tom wilkinson
eu já considero um dos melhores atores dos últimos anos. dá um show.
gostei.
chico.
Mentiras Sinceras
(Separate Lies, 2005)
Por Alexandre Koball12/03/2006
Uma história clichê de traição e assassinato que não consegue impor ritmo. O bom elenco salva.
Peguemos um diretor novato como Julian Fellowes. Peguemos também um bom casal de atores formado por Tom Wilkinson e Emily Watson, mas que não combinam em nada na frente das câmeras quando interpretam marido e mulher. Peguemos uma pequena cidade nublada nos arredores de Londres, com um clima imutável durante todo o filme (bem, chove forte em uma cena; nas outras está sempre nublado). A combinação disso tudo com uma história policial envolvendo um triângulo amoroso e um assassinato faz de Mentiras Verdadeiras, bem... um filme bastante ordinário.
Analisando o filme, lembrei-me rapidamente de outro com as mesas características: O Retorno do Talentoso Ripley, um filme feito de poucos bons momentos, e muito outros simplesmente vazios – até a fotografia era a mesma. São poucos os filmes que conseguem ter Londres fotografada sem causar aborrecimento, como Closer – Perto Demais. Mentiras Verdadeiras obviamente é um trabalho de um diretor inexperiente e de um roteirista (que, no caso foi o próprio diretor) apenas bom. Vale lembrar que o muito bom roteiro de Assassinato em Gosford Park foi criado pelo mesmo sujeito. Fica fácil entender, dessa forma, que o problema deste filme está principalmente na direção.
Contando com uma história bem clichê, de muitas idas e vindas, o filme nunca consegue estabelecer um ritmo fluente. A impressão que se tem é que as cenas saem engasgadas, sem uma sensação de continuidade que o torne aprazível de ser acompanhado. O marido da empregada que trabalha para os Manning (casal anunciado no início deste texto) foi morto em um acidente de carro. Conhecemos o responsável logo na metade inicial do filme e, a partir daí, um joguinho envolvendo o casal e um terceiro (um Rupert Everett absolutamente sem graça em cena) passa a prevalecer no filme. Enquanto resolvem seus problemas entre si, a polícia entra em cena para complicar ainda mais a situação. Os nervos de Anne (Watson) estão a ponto de explodir, e ela não consegue definir com quem vai ficar.
As limitações do roteiro são bem óbvias, não há nada de novo nele e, mesmo desconsiderando esse fator, ele é fraco por si só. A direção de Fallowes é simplesmente burocrática, nunca impondo um ritmo que dê às situações apresentadas (a presença da polícia perante o culpado que o espectador já conhece, por exemplo) a tensão necessária para trazer ao filme o tempero necessário para ele se tornar interessante. Por outro lado, o talento envolvido na produção faz com que esse trabalho todo não seja em vão: Tom Wilkinson é um grande ator e sua presença em tela é motivo suficiente para termos um filme pelo menos bem interpretado. Emily Watson, também, não é talento para se jogar fora e mesmo com os conflitos não muito interessantes de sua personagem (é irritante o fato de ela não saber o que quer fazer o tempo todo) é sempre bom tê-la em um filme.
Este é o típico trabalho que chega às salas de cinema sem alvoroço, sem ninguém realmente esperar por isso e sai de lá na mesma velocidade. Depois ele terá a chance de ter um público melhor quando chegar às locadoras. Mas não posso ser totalmente injusto com ele: em nenhum momento é um filme ruim, porém em muitos poucos momentos é também um bom trabalho. Ficar nesse meio termo sem graça configura o seu maior pecado.
Por Alexandre Koball
"elena anaya"
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