sábado, 2 de fevereiro de 2008

"mentiras verdadeiras"

vi hoje de madrugada e vim aqui, atrás de confirmar minha suspeita(não vi o
seu nome nos letreiros finais), se era mesmo o rupert everett. abri de primeira
no "cineplayers" e me deparei com a resenha abaixo, que reputo como a pior
coisa já escrita - e que eu tenha lido - sobre um filme. por isso publico.
quem é este filadaputa? "ordinário"? como é..."estabelecer um ritmo fluente"
... qui porra é isso? desde quando um filme, uma obra precisa ter ritmo e pior,
fluente. vaitifudê. e outra, o everet(bill bule)é canceroso e o bosta reclama que
ele está apático.porra. "ah... porque na primeira meia hora já ficamos sabendo
quem é o assassino". e daí, caralho, não é um policial, não, trata-se uma gaia à
inglesa, ou seja uma "crassi"(classe, para um amigo meu), o acidente e depois
a polícia são meros coadjuvantes. emily watson perfeita; ninguém pode fazer um
ser humano cheio de dúvidas, remorso e culpa como ela. o velho tom wilkinson
eu já considero um dos melhores atores dos últimos anos. dá um show.
gostei.
chico.






Mentiras Sinceras
(Separate Lies, 2005)
Por Alexandre Koball12/03/2006
Uma história clichê de traição e assassinato que não consegue impor ritmo. O bom elenco salva.
Peguemos um diretor novato como Julian Fellowes. Peguemos também um bom casal de atores formado por Tom Wilkinson e Emily Watson, mas que não combinam em nada na frente das câmeras quando interpretam marido e mulher. Peguemos uma pequena cidade nublada nos arredores de Londres, com um clima imutável durante todo o filme (bem, chove forte em uma cena; nas outras está sempre nublado). A combinação disso tudo com uma história policial envolvendo um triângulo amoroso e um assassinato faz de Mentiras Verdadeiras, bem... um filme bastante ordinário.
Analisando o filme, lembrei-me rapidamente de outro com as mesas características: O Retorno do Talentoso Ripley, um filme feito de poucos bons momentos, e muito outros simplesmente vazios – até a fotografia era a mesma. São poucos os filmes que conseguem ter Londres fotografada sem causar aborrecimento, como Closer – Perto Demais. Mentiras Verdadeiras obviamente é um trabalho de um diretor inexperiente e de um roteirista (que, no caso foi o próprio diretor) apenas bom. Vale lembrar que o muito bom roteiro de Assassinato em Gosford Park foi criado pelo mesmo sujeito. Fica fácil entender, dessa forma, que o problema deste filme está principalmente na direção.
Contando com uma história bem clichê, de muitas idas e vindas, o filme nunca consegue estabelecer um ritmo fluente. A impressão que se tem é que as cenas saem engasgadas, sem uma sensação de continuidade que o torne aprazível de ser acompanhado. O marido da empregada que trabalha para os Manning (casal anunciado no início deste texto) foi morto em um acidente de carro. Conhecemos o responsável logo na metade inicial do filme e, a partir daí, um joguinho envolvendo o casal e um terceiro (um Rupert Everett absolutamente sem graça em cena) passa a prevalecer no filme. Enquanto resolvem seus problemas entre si, a polícia entra em cena para complicar ainda mais a situação. Os nervos de Anne (Watson) estão a ponto de explodir, e ela não consegue definir com quem vai ficar.
As limitações do roteiro são bem óbvias, não há nada de novo nele e, mesmo desconsiderando esse fator, ele é fraco por si só. A direção de Fallowes é simplesmente burocrática, nunca impondo um ritmo que dê às situações apresentadas (a presença da polícia perante o culpado que o espectador já conhece, por exemplo) a tensão necessária para trazer ao filme o tempero necessário para ele se tornar interessante. Por outro lado, o talento envolvido na produção faz com que esse trabalho todo não seja em vão: Tom Wilkinson é um grande ator e sua presença em tela é motivo suficiente para termos um filme pelo menos bem interpretado. Emily Watson, também, não é talento para se jogar fora e mesmo com os conflitos não muito interessantes de sua personagem (é irritante o fato de ela não saber o que quer fazer o tempo todo) é sempre bom tê-la em um filme.
Este é o típico trabalho que chega às salas de cinema sem alvoroço, sem ninguém realmente esperar por isso e sai de lá na mesma velocidade. Depois ele terá a chance de ter um público melhor quando chegar às locadoras. Mas não posso ser totalmente injusto com ele: em nenhum momento é um filme ruim, porém em muitos poucos momentos é também um bom trabalho. Ficar nesse meio termo sem graça configura o seu maior pecado.
Por Alexandre Koball

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