segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

"olhem a kay aí"

A Rapariga Morta
Título original: The Dead GirlTítulo (Brasil): Realização: Karen MoncrieffIntérpretes: Toni Collette, Piper Laurie, Giovanni Ribisi, Mary Steenburgen, Mary Beth Hurt, Nick Searcy, Marcia Gay Harden, Kerry Washington, Brittany MurphyEstados Unidos, 2006Estreia: 28 de Junho de 2007

JoãoLopes
Média dosEspectadores






Uma vida acaba. Sete outras começam. O novo filme da aclamada escritora/realizadora Karen Moncrieff («Blue Car») é um conjunto de cinco histórias sobre pessoas sem aparentemente qualquer relação, cujas vidas convergem à volta do homicídio de uma jovem rapariga. ***** * Karen Moncrieff, Toni Collette, Brittany Murphy e Marcia Gay Harden no Cinema2000.
João Lopes (joaol@mrnet.pt)

Curioso jogo de variações sobre os clichés do "filme-de-investigação-policial", numa teia de personagens e tempos que nos envolve de forma inesperada. Além do mais, a qualidade global das interpretações é de um brilhantismo raro.
Gonçalo Sá

AS CINCO Cinco pequenas histórias que em comum têm peripécias em torno do homicídio de uma jovem rapariga - é esta a proposta de “A Rapariga Morta” (The Dead Girl), segunda longa-metragem de Karen Moncrieff, realizadora que passou pela série televisiva “Sete Palmos de Terra” e que se estreou em cinema com “Blue Car”, em 2002. A experiência na brilhante série de Alan Ball é visível, uma vez que o filme opta pelo drama de tons densos, emanando um magnetismo que origina uma tensão apenas interrompida por ocasionais e muito discretos momentos de humor negro. O tema da morte é também outro forte ponto de contacto, estando na base das situações que as personagens aqui enfrentam. Contudo, apesar de investir nesses mesmos ambientes – mais do que no filme anterior -, Moncrieff não oferece aqui um mero sucedâneo e consegue tecer uma das teias dramáticas mais absorventes de 2007, apresentando uma obra que equilibra inteligência, subtileza e depuração emocional. O argumento é bem esculpido, mantendo uma aura misteriosa sem no entanto escorregar para os exageros e reviravoltas de um thriller pouco exigente. A realização e montagem merecem também elogios, contribuindo para que “A Rapariga Morta” capte a atenção logo nos primeiros minutos e continue envolvente durante os cinco segmentos que servem de palco às cinco mulheres que Moncrieff observa: a Estranha, a Irmã, a Mulher, a Mãe e a Morta. Puzzle menos intrincado do que os que se encontram em filmes-mosaico recentes – e que este não chega a ser de facto -, tem ainda a seu favor um magnífico elenco, tanto de protagonistas como de secundários. Rose Byrne, Mary Beth Hurt e Marcia Gay Harden são todas convincentes nos papéis de mulheres muito diferentes mas interligadas pela solidão e busca de respostas, mas Toni Colette e Brittany Murphy ascendem a um nível superlativo - a primeira naquele que é talvez o melhor episódio da película (contracenando com Giovanni Ribisi em algumas das cenas mais inquietantes) e a segunda interpretando a personagem que dá título ao filme com uma espontaneidade e dedicação impressionantes. Após o promissor, embora irregular “Blue Car”, Moncrieff apresenta agora uma obra mais madura e segura, e só se lamenta não dar mais tempo de antena a algumas personagens, o que em nada compromete que "A Rapariga Morta" seja uma das melhores surpresas do cinema independente norte-americano estreadas este ano. http://gonn1000.blogspot.com/

Um comentário:

Ráu disse...

Esse, eu não vi ainda. Parece ser bom. Vou ter que locar. E vale a pena, pela KERRY. Essa morenaça é muito gostosa.