segunda-feira, 22 de outubro de 2007

"nouvelle vague triturada"

comparo elacom o cinema novo e com a bossa nova, tudo metido.
chico.


gostei da coragem do c.l. nunca assisti um filme do godard. "acossado", vi uns pedaços madrugada dessas por causa da
jean seberg e o seu remake americano, "a força do amor" com gere e uma francesinha morena e super gostosa, valerie ka-
prinski, que desapareceu depois deste. gostei.
opine, comente.
chico.

Tiros na Nouvelle Vague
Marco Antonio Barbosa
SÃO PAULO. O diretor francês Claude Lelouch lançou seu primeiro filme, Le propre de l'homme, em 1961 - mais ou menos na mesma época em que conterrâneos como Jean-Luc Godard, François Truffaut e Alain Resnais também davam seus primeiros passos nos sets de filmagem. Olhando sua carreira em retrospecto, o diretor, que completa 70 anos dia 30, prefere ressaltar as diferenças em relação a seus contemporâneos.
- Cresci junto a esses cineastas, mas nunca quis pertencer àquela turma de diretores. Devo muito aos trabalhos que eles fizeram na época. Eles me mostraram como não deve se dirigir um filme (risos). Se estou vivo e trabalhando ainda hoje é porque não segui os preceitos da Nouvelle Vague - conta Lelouch em entrevista ao JB.
A revisão se justifica. O cineasta é um dos homenageados da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que em sua 31º edição exibe uma retrospectiva com nove de seus 49 filmes. A seleção inclui os dois mais recentes trabalho de Lelouch, Crimes de autor e Coragem de amar, que estréiam no Brasil dias 16 e 30 de novembro, respectivamente, bem como grandes sucessos do diretor, como Um homem, uma mulher (vencedor dos Oscar de melhor Roteiro Original e de Filme Estrangeiro de 1966, além da Palma de Ouro no Festival de Cannes) e Retratos da vida (1981).
Dono de uma das carreiras mais prolíferas e comercialmente bem-sucedidas entre os diretores de sua geração, Lelouch diz que comemorar 70 anos de vida e 50 de carreira no Brasil tem um significado especial. Ele lembra que a música brasileira está presente em seu filme mais importante:
Um homem, uma mulher conta com Samba saravá, de Baden Powell e Vinicius, na trilha sonora.
- O Brasil é um dos três ou quatro países que mais amo. Estou fazendo uma pequena volta ao mundo para marcar meus 70 anos e fico muito feliz por estar de volta - afirma o diretor, que visitou o país pela última vez há 30 anos.
- Naquela época, passei cerca de dois meses aqui e conheci várias regiões do Brasil. Posso dizer que o país mudou muito desde então. Por várias vezes tentei rodar um filme aqui, mas nunca pude.
Lançado na França em julho, Crimes de autor é uma curiosa história criminal protagonizada por Dominique Pinon. O ator vive um ghost-writer responsável pelos livros de uma escritora de sucesso (Fanny Ardant). Na busca por novos personagens para seu próximo romance policial, o sujeito se envolve numa trama que mistura realidade e ficção. A inspiração para o roteiro (escrito por Lelouch em parceria com Pierre Uytterhoeven ) veio de um episódio real vivido pelo cineasta.
- Há uns 15 anos, eu passeava de carro e ouvi no rádio a descrição de um criminoso procurado pela polícia. O bandido tinha a minha idade, a minha altura e a mesma cor de olhos. E estava num carro igual ao meu! Fiquei pensando no que aconteceria se fosse preso por engano no lugar do fugitivo. Construí o filme a partir desse episódio, tendo em mente a idéia de misturar mistério policial e romance.
O filme marca o reencontro de Lelouch com Fanny Ardant, diva do cinema francês, com quem trabalhara em Retratos da vida. O longa-metragem ficou mais de um ano em cartaz em São Paulo quando foi lançado, no início dos anos 80.
- Fanny é uma atriz formidável. Ela adorou ter feito o papel de uma mulher má em Crimes de autor! Sentiu grande prazer em interpretar uma personagem antipática. É bom trabalhar com ela. Fanny sabe que, por maior que seja o ator, não se pode ser grande sozinho. Ela é muito generosa - elogia o diretor.
Lelouch diz ter dificuldade de falar sobre seus filmes antigos.
A Nouvelle Vague é a Kodak. O movimento nasceu quando eles (o laboratório fotográfico) criaram, no fim dos anos 50, um tipo novo de filme que possibilitou as filmagens em ambientes externos, usando pequenas câmeras. Vejo as invenções daquela época mais como uma revolução operacional do que artística. Creio que aqueles diretores prejudicaram o cinema francês. Antes deles, o cinema francês era uma arte popular, e passou a ser uma atividade cheia de regras e restrições - aponta.
- Fico envergonhado. Meus trabalhos já falam demais sobre mim mesmo. Prefiro não descobrir muito sobre meus próprios segredos (risos). Não quero saber de onde venho, nem para onde vou. Todo criador que explica demais sua obra e a si mesmo não é um criador de verdade. A criação artística é como a fé; uma boa idéia é como um milagre.
Cultor de um estilo clássico, em oposição às cabriolas narrativas dos demais cineastas de sua geração, Lelouch nem sempre foi visto como um inovador. Em entrevista recente, o diretor da Mostra SP, Leon Cakoff, definiu-o como "um grande cineasta, por vezes incompreendido pela crítica". O francês concorda:
- Também não compreendo muito bem a crítica - diz, rindo. - Não compartilho a mesma visão da história do cinema que os jornalistas parecem ter.
Lelouch não gosta de falar sobre seus filmes, mas é capaz de discursar por horas sobre o trabalho dos outros.
- A Nouvelle Vague é a Kodak. O movimento nasceu quando eles (o laboratório fotográfico) criaram, no fim dos anos 50, um tipo novo de filme que possibilitou as filmagens em ambientes externos, usando pequenas câmeras. Vejo as invenções daquela época mais como uma revolução operacional do que artística. Creio que aqueles diretores prejudicaram o cinema francês. Antes deles, o cinema francês era uma arte popular, e passou a ser uma atividade cheia de regras e restrições - aponta.

Um comentário:

CINE BRASIL disse...

Bom. Mitos e dogmas existem para serem quebrados.
E o Glauber Rocha, quem se atreve?
Eu. Um bosta, pedante. Pé-no-saco.
Cinema novo um caralho!