domingo, 13 de janeiro de 2008

DIAMANTES DE SANGUE - Retrato de um drama conteporaneo

O filme "DIAMANTES DE SANGUE" não chega a empolgar, é bem verdade, mas retrata bem, ainda que de forma um tanto quanto pasteurizada ("by Hollywood"), o drama vivido pelos irmãos africanos, que já dura séculos e parece não ter fim. Todos sabemos que, historicamente, eles sempre gostaram de uma boa briga. A chamada índole tribal (nada a ver com a cor da pele) contribuiu muito para isso. Em busca da (melhor) sobrevivência, eles sempre brigaram muito. Veio a (má) colonização, e foi ficando pior. A briga então, passou a ter uma conotação político-nacionalista. Tinham que defender o que era deles, contra os tiranos estrangeiros, que só queriam, na maioria dos casos, tirar-lhes suas riquezas naturais. Na época atual, de mundo globalizado, e com as nações africanas livres, continuamos a ter guerra. O páu continua quebrando entre eles, na disputa por ouro, petróleo e diamantes. Essas riquesas poderiam alavancar o progresso daqueles paises, se bem administradas, mas como não são, servem apenas para pavimentar aventuras megalomaníacas de ditadores que se apropriam delas para enriquecerem. "DIAMANTES" conta um pedaço dessa história. Na combalida SERRA LEOA, um pai de família exemplar, tem seu lar dilacerado pela guerra civil. Ele e o filho único são levados, pelos guerrilheiros oposicionistas, para os campos de mineração de diamantes e passam a trabalhar como escravos na coleta da pedra. O filho é submetido a uma lavagem cerebral e não mais reconhece a família, e ele; ao garimpar, acha uma pedra valiosíssima, tenta escondê-la, mas descoberto, é preso. Daí em diante conta com a ajuda de um mercenário holandes (ou belga, não lembro bem) e de uma jornalista inglesa, que conseguem não apenas tirá-lo da prisão, mas torná-lo conhecido mudialmente. O filme é muito bem dirigido por EDWARD ZWICK ("TEMPO DE GLÓRIA", "LENDAS DA PAIXÃO" e "O ULTIMO SAMURAI", todos ótimos filmes), com atuações precisas dos belos DI CAPRIO (o mercenário) e JENNIFER CONNELLY (a jornalista - linda!) e do próprio ator africano DJIMON HOUSTON (o pai de família). Não é nenhuma brastemp, mas serve para mostrar que o mundo talvez não esteja vendo o conflito africano (como um todo), da mesma forma como o tem visto em outras partes do mundo. Apenas para citar alguns exemplos: no TIBET, por simpatia da maioria da população, há uma pressão em cima da CHINA para que devolva a soberania (justa) ao pequeno país. No KOSOVO, o fato da ex-YUGOSLAVIA ser um país europeu contribuiu em muito para a pressão internacional que culminou na deposição do ditador, com a consequente implosão da antiga nação. E na COLOMBIA, a ação dos guerrilheiros (atualmente, segundo se comenta, coligados aos narcotraficantes) contraria os interesse americanos na região. No filme, não fosse pela impetuosidade de uma reporter, esse fragmento do cotidiano de algumas nações do continente teria passado despercebido, como na maioria dos casos, por mais que, devemos reconhecer, a ONU venha tentando reverter a situação nos ultimos anos. Ainda não fez com a contudência que a dura realidade requeira.

Ráu.

Um comentário:

CHICAO disse...

não ia ver não, não gosto do leo, mas depois dessa análise espetacular vou locar. depois eu conto.
"lendas da paixão" achei longo, solto, fraco. "o último samurai" é
muito bom.
chico.