quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

"listas-v.3"

Passada mais uma década, foram selecionadas em 1982 as seguintes películas:
1 – Cidadão Kane;2 – A regra do jogo;3 – Os sete samurais (Shichinin no samurai), de Akira Kurosawa. Japão-57;3 – Cantando na chuva (Singin´ in de rain), de Gene Kelly e Stanley Donen. EUA-52;5 – Fellini Oito e meio;6 – O encouraçado Potemkin;7 – A aventura;7 – Soberba;7 – Um corpo que cai (Vertigo), de Alfred Hitchcock. EUA-58;10- A general;10- Rastros de ódio (The searchers), de John Ford. EUA-56.
A lista mais estável em relação à anterior, até aqui, com sete permanências e apenas quatro estréias, todas dos anos 50, produzidas antes da confecção da lista anterior e, via de consequência, atrasadamente valorizadas. Pela primeira vez, inversão na predominância: cinema americano 6 x 4 cinema europeu. O trio de granito mantém-se incólume. A aventura, que estreou em 2° lugar em 62, cai mais uma posição e despede-se do topo dos Melhores.
Mais uma década se passa e surge a seleção de 1992:
1 – Cidadão Kane;2 – A regra do jogo;3 – Tokyo story (Tokyo monogatari), de Yasujiro Ozu. Japão-53 ;4 – Um corpo que cai;5 – Rastros de ódio;6 – L´Atalante;6 – O encouraçado Potemkin;6 – O martírio de Joana D´Arc;6 – Canção da estrada (Pather Panchali), de Satyajit Ray. Índia-55;10- 2001, Odisséia no espaço (2001: a space odissey), de Stanley Kubrick. EUA-68.
Recorde negativo de estréias: apenas três, com sete permanências. O fato mais curioso é o retorno de O martírio de Joana D´Arc novamente em década ímpar (52,72 e 92). Outra curiosidade é a volta de L´Atalante, depois de 30 anos. Como explicar? Idiossincrasias da crítica. Para não variar, 92 marca também a descoberta tardia de Ozu e de Ray. Para se ter uma idéia precisa, Canção da estrada é uma obra fortemente influenciada pelo neo-realismo italiano. Por que apenas quatro décadas depois de realizado ingressa em um rol de melhores? Assinala principalmente a estréia na lista do gênio Stanley Kubrick, a cujo talento a crítica finalmente se rende, com mais de vinte anos de atraso. Mas 2001 ainda está deslocado, em um modesto 10° lugar. Geograficamente, a lista se equilibra: quatro americanos, quatro europeus e dois asiáticos.Pela primeira vez, a revista também divulga outra lista. confeccionada por diretores de cinema:
1 – Cidadão Kane;2 – Fellini Oito e meio;3 – Touro indomável (Raging Bull), de Martins Scorsese. EUA-80;4 – A estrada da vida (La strada), de F. Fellini. Itália-54;5 – L´Atalante;6 – O poderoso chefão (The Godfather), de Francis Ford Coppola. EUA-73;6 – Tempos modernos (Modern times), de Chaplin. EUA-36;6 – Um corpo que cai;9 - O poderoso chefão, parte II (The Godfather, part II), de F.F.Coppola.EUA-75;10- O martírio de Joana D´Arc;10- Rashomon, de Akira Kurosawa. Japão-50;10- Os sete samurais.
Apenas três filmes coincidem nas duas relações: Cidadão Kane,Um corpo que cai e O martírio de Joana D´Arc. A lista dos diretores prestigia flagrantemente três cineastas: Coppola, Kurosawa e Fellini, e recupera Chaplin, esquecido pelos críticos. Touro indomável é afoita e precocemente alçado à condição de obra-prima.
Recentemente, foram expostas as listas de 2002:
A dos críticos:
1 – Cidadão Kane;2 – Um corpo que cai;3 – A regra do jogo;4 – O poderoso chefão, partes I e II;5 – Tokyo Story;6 – 2001, Odisséia no espaço;7 – O encouraçado Potemkin;8 – Aurora (Sunrise), de Friedrich Wilhem Murnau. EUA-27;9 – Fellini Oito e meio;10- Cantando na chuva.
Seis permanências, inclusive o indefectível trio de granito. Retornam Cantando na chuva e Oito e meio. Apenas duas estréias: O poderoso chefão, partes I e II, e Aurora, produzido há seis décadas! 2001 em ascensão, destinado a ocupar futuramente o topo da lista. Um corpo que cai também no rumo ascendente, opção discutível porque sequer é o melhor da produção de Hitchcock, bastando relembrar, por exemplo, Intriga internacional. Forte predominância do cinema americano: 6 x 3.
A escolha dos diretores:
1 – Cidadão Kane;2 – O Poderoso chefão, partes I e II;3 – Fellini Oito e meio; 4 – Lawrence da Arábia (Lawrence of Arabia), de David Lean. Inglaterra-62;5 – Doutor Fantástico (Dr. Strangelove), de Stanley Kubrick. EUA/Ing-64;6 – Ladrões de bicicletas;6 – Touro indomável;6 – Um corpo que cai;9 – Rashomom;9 – A regra do jogo;9 – Os sete samurais.
Agora são seis os filmes coincidentes nas duas listagens. Oito, destes doze filmes, repetem a inclusão na relação anterior dos diretores e quatro são estreantes. Dois deles, Lawrence da Arábia e Doutor Fantástico são inéditos em qualquer das listas anteriores.Observa-se que apenas 33 filmes diferentes foram votados nas 6 elaborações dos críticos, o que denota coerência, como se a preferência dos especialistas do mundo inteiro repousasse em cima de um núcleo pouco flexível de obras-primas imutáveis, permanentes.

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